Bem-vindos à nova dimensão... seqüenciador de sonhos online.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

haiku I *another brick in the wall*

love to hurt
nowhere to hide
you love to be mine

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Rei sonâmbulo *sussurra o Andarilho*

Seguindo passos demonstrados em outro canto da blogosfera, rende-se este Andarilho à curiosidade de descobrir um pouco mais sobre o que os antigos falariam do Rei Troll. O que supõe o horóscopo egípcio?


Anubis, by *GENZOMAN on deviantART.


ANÚBIS

O deus com cabeça de chacal, o guia dos mortos, o mediador entre o céu e a Terra, temido pela sua frieza e severidade do seu juízo. As pessoas que nasceram sob sua protecção têm grande força de vontade, paciência e inteligência aguda. Essas pessoas sabem conduzir o seu destino, tornando-se pessoas de sucesso em qualquer sector, porém este demora a chegar, porque Anúbis é o senhor do tempo e retarda as conquistas. Embora sejam fiéis, têm excesso de ambição e exagerado orgulho que, às vezes, os torna egocêntricos e pouco modestos.


O Rei grunhe... os Antigos nunca chegaram tão perto de desenhá-lo, quanto nestas palavras.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Mais dos tambores do Palácio *sussurram sombras*

A barda, caríssima, repassou-me um meme do tipo q ela sabe q eu respondo, pq fala de música. Mas aviso logo que não curto correntes, por isso não o repasso adiante.

A idéia é enumerar 7 músicas que sempre ouço, então fujo aqui do q necessariamente esteja tocando pelo Palácio, para resguardar a novidade do meme em si. Algumas podem ser encontradas, navegando pela trilha sonora de cá. As que não estiverem tocando, possivelmente não combinam com o clima de dentro destas muralhas.

-> Ayreon - Across the Rainbow Bridge

-> Dee Joy - Trust me

-> Disturbed - Forsaken

-> Cake - Short skirt, long jacket

-> Incubus - Anna Molly

-> Rammstein - Mein herz brennt

-> Roxette - Fingertips

Sete músicas certamente é muito pouco. Meu repertório obrigatório, a trilha sonora da vida do Troll, é extenso demais. *rs*

Quem ler e achar divertido, sinta-se convidado a responder e me avise nos comentários. Certamente adorarei lê-lo.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Brasões *na tapeçaria às paredes*

PRÊMIO DARDO
Reconhecer os valores que cada blogueiro mostra a cada dia, seu empenho por transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais, etc. Em suma, demonstra sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre suas letras, entre suas palavras.

À tão querida barda, Tyr, todos os louros pelo prêmio que tu mesma me destes. Sabes que há parte de mim q só foi despertada de longo adormecer pelas tuas palavras. Te serei sempre grato, tu entendes bem.


Passo este selo adiante, para quatro blogs que realmente me fazem pensar:
- Mente Fantasia
- Reticências...
- Sabe de uma coisa?
- uivos no cio

sábado, 13 de setembro de 2008

Em nome de Quem...? *sussurros às sombras*

Blasfemo... de tudo o que já me chamaram e costumam me chamar, é o que mais gosto. Normalmente, eu me lixo pra tudo o que dizem em tom de ofensa. Mas isso não me ofende. Pelo contrário. Gosto de pensar que há blasfêmia até em acender essa merda de cigarro na minha mão. Se meu corpo é meu templo, então acho que ando blasfemando até contra mim.

Dizem que é um pecado eterno, sem qualquer chance de perdão, falar Dele e da Sua igreja com todo o desdém que historicamente merecem. Mas caminho pela belíssima Criação, enquanto se corrói e apodrece, e cada vez mais me convenço que o Velho fez cagada. Mas mais ainda, que isso só foi ruim pra Ele. O Livro me condena à morte, por dizer isso assim. Estou esperando que a Palavra venha me tomar a vida, a qualquer momento. O peito tá aqui, aberto... cheio da mesma fumaça que eu trago pra ver se a satisfação é realmente tão condenável.

Mas às vezes vejo as sombras. Vejo a noite e tudo o que ela envolve de tão canhestro ou tão belo. Todos os sutis prazeres da carne e da mente, escondidos nos cantos do mundo. Se a Criação é Dele, realmente, para quê crer que os sentidos humanos levam à perdição? Há muito pouco de tão belo quanto a sinfonia do tato, a imersão em sensações. ESSA deveria ser considerada a Sua maior obra, Pai. Tudo o que faz da vida algo pulsante... que arranca uma gota a mais que seja, do mundo.

Eu não posso concordar com a igreja dos apóstolos do Filho, que faz questão de condenar tudo o que é belo e relegar tais coisas ao ordinário e vulgar. O ocidentalismo que faz questão de arrancar das coisas todo o seu valor, rotulando o que é ou não é. O que pode ou não pode.

Que se fôda, sinceramente... nada como um beijo roubado, no escuro, contra a grade de um prédio qualquer... momentos em que só roupas, mesmo, para conter certos ímpetos da carne. O exibicionismo contra as leis de um Estado... cristão ou não.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Utilidade Pública *campanha de rádio*

fighting-ninjas-poster

COMBATENDO NINJAS - FÁCIL

1. Evite Ninjas, pra começo de conversa.
Pergunte-se - por quê Ninjas escolheram sua compania? Você fez algo para ofender um general poderoso? Responda a esta pergunta e você estará pronto, na próxima vez.

2. Use seu telefone (para chamar ajuda).
Ninjas são perigosos, ninguém vai julgá-lo por chamar ajuda. Reforços de filiais, mesmo o pessoal de carga e descarga, pode fazer a diferença, em um ataque Ninja.

3. Use as plantas do escritório como armas.
Aquelas palmeirinhas empoeiradas ao seu redor podem parecer inofensivas, mas na verdade são armas formidáveis. Use as folhas como espetos; mire nos pontos sensíveis. Um cactus é muito útil para a empreitada anti-Ninja. Arremesse-os, vaso e tudo, como  se fossem granadas.

4. Use seu quadro de avisos como escudo.
Ninjas adoram arremessar estrelas, chamadas shuriken. Elas são afiadas, pontudas e quando jogadas cravam fundo e machucam um bocado. Pegue o quadro de avisos mais próximo e use como escudo. Sim, vai arruinar o quadro, mas vc pode explicar depois.

5. Arrume uma arma, qualquer arma.
Ninjas são perigosos. No ambiente de um escritório, entretanto, suas habilidades Ninja não são tão vantajosas. Use o que estiver à mão e os pegue de surpresa. Jogar café quente em um Ninja vai lhe chamar a atenção. Ou simplesmente jogue sua cesta de lixo na cabeça dele - debilitante e humilhante.

sábado, 6 de setembro de 2008

Bote *nos rugidos do tigre*

É de repente, em meio à penumbra de um fim de tarde, que eu, predador, aguço os olhos. As garras reluzem o mesmo laranja que preenche o céu, quando enfim todo este jogo alcança seu clímax.

Inerte, minha presa exala seu medo, para meu faro, como se resignada a seu destino. Como se o fazendo propositalmente, para apressar o bote e conhecer o fim, de uma vez. A ansiedade já a corroendo tanto, desde o começo daquela dança. Da caçada. Pode sentir-se escorrer sem que ainda qualquer ferida lhe tenha sido traçada à pele. Não é sangue mas o cheiro é igualmente forte e preenche o ar entre nós dois. As pupilas relaxam, fechando-se, enquanto calculo o salto, cada passo, cada gesto ao seu redor.

Arisco e sádico, deixo-me tomar o brinquedo entre as garras, sentindo como se debate e contorce, sob as grandes e pesadas patas. Minhas presas à mostra, o fim se mostrando tão claramente. Cada corte, tapa e golpe preenchendo-me os ouvidos com seus suspiros e gemidos de dor e de um prazer masoquista, quase insano. Percebo naqueles olhos o quanto ela cresce, em seu papel, ao admitir sua entrega de forma tão plena, deixando-se tomar por cada capricho de meu lamber de beiços. Caçador e caça compreendendo-se plenamente apenas no fim de todo o jogo, quando a troca de olhares diz mais do que qualquer um poderia verbalizar, frente a frente.

Posso sentir, em meio ao sadismo de meus caninos cravados à presa ainda viva, como meus instintos borbulham, querendo vir me tomar. Delicio-me no terror daqueles olhos que não me condenam. Só me reafirmam. Os gemidos da gazela abatida vindo a mim como juras de devoção. Como o desejo daquela morte, da libertação, nesse gesto. O sangue que corre por baixo da pele, entre meus dentes, tão cheio de adrenalina quanto o meu.

Aos poucos, a presa vai perdendo seus movimentos. Vai sendo privada de seus sentidos. Até que se torne nada mais que alimento, totalmente inerte. É quando meus instintos enfim me tomam. Quando não há mente que suporte tamanha rendição e dessa forma a minha se desliga. Na explosão que segue, perdem-se os limites, as barreiras... rasgo-lhe pele, em meio ao devorar, o sadismo ajudando a saciar a fome. Um bote de tapas, puxões, do agarrar, da dor... a entrega, enfim, é plena, pois é de ambos: minha presa a mim e a minha ao momento. A caça ganha de volta a vida, tentando expressá-la em gritos e gemidos indefiníveis entre dor e prazer. A servidão explode nos dois corpos, mas de maneiras bem diferentes...

Pele, suor, dor, prazer, olhares... cada palavra e cada gesto... tudo é apenas meu. No gesto e conseqüência de uma submissão que empresto a ela, para que exista.


Tiger by ~LordMeltdown, on deviantART.

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Marcelo no sabe bailar samba *de um jornal velho*

O título é plágio. Aviso logo, pra que não achem que nada do que vou falar aqui possa ser enganação. Mas assim como é plágio, é verdadeiro. Não sei sambar. Mas não sei MESMO! Sou um pé-de-valsa da pior espécie, quando a batucada dos tamborins e pandeiros começa. Ao som da bateria e das guitarras, até pulo, bato cabeça, dou minhas eventuais cotoveladas em outros roqueiros ao redor. Mas no samba, possivelmente só piso em alguns calos e dou as trombadas desastrosas. Tem uma musiquinha que parece que fala de mim: “Quem não gosta de samba, bom sujeito não é. É ruim da cabeça ou doente do pé.” Acho que sou as duas coisas, de tão ruim.

Voltando ao plágio, o primeiro que usou esse título foi Efraim Medina Reyes, autor Colombiano, em uma parte de seu tríptico Pensé que solo los peces La movían de esa forma. Ele usou esse título para falar de outro Marcelo, amigo seu, que foi morar nos Estados Unidos e se viu em uma situação constrangedora, cercado de amigas estadunidenses que haviam arrumado um CD de samba e queriam q ele as ensinasse a sambar. Pois comigo seria igual, volto a dizer. Sou brasileiro e não sei sambar, não gosto de malandragem nem curto futebol. Crucifiquem-me logo, por favor, e mesmo assim não sambarei nem que me obriguem, no inferno.

Acho que o maior problema é parecer uma obrigação, sabe? Uma semana por ano é dedicada ao samba, eu fico me sentindo até mal. Morar no Rio e não curtir o carnaval parece tão anormal que chego a me sentir culpado, de vez em quando. Fevereiro desse ano a culpa me fez deixar a casa pra ir buscar algum bloco de rua onde pudesse me divertir um pouco. Numa batucada mais forte, meus cotovelos agiram por instinto, achando que podiam abrir uma rodinha e eu fui expulso. Ano que vem eu saio de camisa de força, prometo.

Na verdade, eu consigo, com algum esforço, me virar numa pista de boate. Nesse ponto, não se pode reclamar muito, mas eu ainda prefiro os pulos desordenados e os encontrões das rodinhas de show de rock, só isso. O estigma, no entanto, é uma vadia. Na festa de fim de ano de um cliente, algumas funcionárias faziam questão que eu dançasse, e é claro que o próprio não deixou barato e colocou pilha. O bom é que é o tipo de interesse que dura pouco. Meu “samba” não chega nem a ser engraçado, de tão trágico. Sorrisinhos sem graça, o eventual comentário e eu logo disparo: “Marcelo no sabe bailar samba”.

Assim, faço dessa crônica um agradecimento a Efraim Medina Reyes, pois sem a frase dele, que eu aprendi a plagiar, eu sairia da pista de dança sem uma boa resposta. E assim sendo, viva o plágio, inevitável destino da obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica. E que Walter Benjamin me perdoe, mas deveria haver uma sigla, aqui, especialmente pra esse tipo de piada interna. Mona Lisa, em suas caixas de cereais, agradece. Aliás, aposto que nenhum dos dois, Walter ou Mona, sabia sambar.

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Crônica publicada na edição n° 35 do fanzine Elefante Bu, em agosto. Quem curtiu, já pode ir lá baixar a edição de setembro, n° 36, em clima Noir. Muito boa, como sempre, vale a conferida.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Testemunho de livros *sussurra o Lorde sádico*

Como um felino, aquele avanço de súbito
no bote, a presa treme, suspira, arrepia
em seu olhar o misto de medo e surpresa
em seu corpo, a dança e o cheiro do cio.

No mover dos seus quadris, essa entrega
no suspiro de excitação, desejo expresso
no deslizar firme dos dedos, eu a possuo
no risco, as tuas juras de puta submissa.

As suas costas ao toque do frio azulejo
o tremer de suas pernas, vc geme, vadia
não a entrega de cadela pq é presa acuada
na voz, só a resignação com seu destino.

A morte em minhas garras,
ser devorada às presas,

alimentando o meu sadismo na tua submissão.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Sobre cães e gatos *às ordens de Lorde Addam*

Dentre as diversas práticas mais comuns a um relacionamento Dominador/submisso está a humilhação através de dogplay. Mais que o encoleiramento da parte bottom, é tratá-la efetivamente como a um cão. Estar de quatro em um gesto de entrega e submissão costuma ser esperado, mas tornar-se como um bicho de estimação ganha termos de prática, de sessão e cena. Toda a devoção ganha um novo tom, se torna algo que remete à dependência, ao mesmo tempo que demonstra a capacidade do bottom - como sempre sem diferenciação de gênero, de subtrair-se da cena, enquanto portador de opiniões.

Entretanto, prática alguma é tão limitada e irrestrita, que não possa ser adequada aos gostos do Top responsável pela cena em questão. Não é incomum que aqueles que gostem mais de felinos adeqüem o que é genericamente conhecido como dogplay a essa preferência, especificamente, fazendo com que o bottom seja forçado a uma posição por vezes tida como menos submissa, que é a de um felino de estimação. O comportamento de cães e gatos, entretanto, difere o suficiente para que a parte submetida tenha de se adequar a exigências e cobranças totalmente diferentes.

Akumi_by_Alpakey
Akumi, de ~alpakey, no deviantART

Dos movimentos mais ágeis e sensuais aos olhares mais esguios, toda a ritualística envolvida em cena parece por vezes levar mais a um enfrentamento que à servidão, em termos estritos. Mas os que conhecem bem os gatos sabem que o que ocorre é uma disputa de forças. É posta à prova a postura de ambos os lados, e invariavelmente o felino se deixará tomar pelos afagos e malstratos de punição por sua insolência para com a coleira. Raríssimo, felinos encoleirados que aceitem uma guia, e no entanto quase todos sabem manter-se no caminho, seguindo ao lado de seus Donos, exceto quando estressados ou provocados.

Uma característica importante é o movimento dos ombros e dos quadris, ao engatinhar. (bela palavra, não?) O olhar furtivo e fugidio é na verdade um sinal de afeto. Desviar os olhos dos do outro, para um felino, é cortejar. Daí o mito que gatos sempre gostam só de quem não gosta deles. A pessoa desagradada pela presença do felino desvia o olhar e o faz crer q está recebendo uma cantada, por assim dizer.

O jeito arisco, as reações repentinas e até mesmo espontâneas fazem parte de uma cena de catplay, quando quase nunca seriam vistas em dogplay. A submissão aflora no relacionamento de um gato com seu dono de forma muito mais sutil do que com cães. E é o sabor desse desafio, aliado ao ar quase malicioso de um felino, que torna possíveis cenas D/s com bottoms no papel de um bichano.