- Londres, cara... - Ele observava tudo, enquanto dirigia manhã adentro. A manhã era fria, uma espessa neblina cobria tudo no entorno da baía de Guanabara e o carro voava baixo pela pista, margeando a pista do Aeroporto Tom Jobim como se quisesse correr contra os aviões que pousavam ou decolavam.
- Ãhn? - Sem tirar os olhos da tela do PSP, o carona mal ouvia.
- Londres... essa serração assim, de manhãzinha, parece Londres. - Chegava a soar maravilhado.
- A gente tá na serra, por acaso? Porque ou você errou o caminho ou isso não é SERRAção. - Mesmo assim não tirando os olhos do jogo portátil.
- Ah, serração, neblina, que seja! Mas me lembra Londres...
- Se você ignorar a favela da maré, as torres da refinaria queimando no fundo e o helicóptero da polícia militar trocando tiros com a bandidagem do Alemão, dois quilômetros atrás, realmente parece.
E assim seguiam, Ego e Eu-lírico, rumo a mais um longo dia de trabalho.
terça-feira, 28 de abril de 2009
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9 comentários:
É coisa mais ou menos parecida os meus pensamentos quando abro a janela bem de manhã e não dá para ver nada. É neblina, realmente, só que na beira de São Paulo e não numa fazenda, e lá adiante não fica o gado e nem as vacas para serem ordenhadas...
Beijocas, nino!
Confesso que cheguei atraída pelo nome Londres, tenho uma paixão por esse local, e o pouco tempo que lá passei foram os melhores que já vivi...e toda a áurea dos "fogs", neblina,ou serração -como vc diz- que a caracteríza sempre me atríram nas escritas de autores como Conan Doyle..
Mas me deparando com seu texto gostei do sonhador que chocasse com o irônico e ao mesmo tempo realista que apareceu nesse seu texto.
Muito bom!
Bjos.
Uma vez, já escrevi sobre a mesma sensação, quando mergulhada em uma serração, um fog.. ou o que quer que seja, em plena madrugada. É como mergulhar em um mundo mítico. Encontrar Avalon e desejar não sair mais de lá. Não conheço Londres pessoalmente, mas sempre me atraiu aquela paisagem nublada de contos do Sherlock Holmes
MAMA:
Não fica faltando algo? *rs*
PRIPA:
Morei um mês e meio no Reino Unido e sei bem essa sensação, caríssima. Adorei Londres, mesmo q por lá não houvesse onde arranjar uma caneca de café minimamente tragável.
TYR:
Tem vários nomes, mas a sensação é a mesma. ;-)
É mesmo, tirando todo o resto e deixando só a neblina. Realmente parece.. ;)
Abraço.
FABIO:
Afinal, o que é o Rio senão uma cópia de Londres, né? Temos até o relógio da Central. Huahahahahahaha!
Cresci numa cidade que não sinto muito como minha. Não sei explicar o motivo. Mas bom, a cidade fica literalmente dentro de um buraco: é cercada de montanhas por todos os lados. E eu era adolescente, estudava longe e portanto pegava o ônibus cedinho, umas 6h da manhã. E saindo da cidade, via tudo por cima, parece um copo cheio de nuvem :oD é uma visão linda, embora a cidade não seja. E toda vez que vou visitar a mommy e chego lá bem cedinho de viagem e vejo o buraco cheio de algodão doce, alguma coisa me avisa que, por mais que eu tente negar, aquela cidade é parte de mim, muito mais do que imagino.
Beijos.
que coisa...Acho que as cidades combinaram então,embora eu nao saiba onde moras, aqui em Campo Grande (MS) o dia está cinza, pálido e frio, com o fog londrino rondando as camas, os edredons e as mentes preguiçosas cheias de ego.
sopros
=**
SISA:
Eu mal conheço Cataguases, onde nasci, mas sabe que curto muito, quando vou lá? E olha q nem tenho familiares de sangue morando lá, mais.
WOLF:
*rs* Adoro esse clima de nevoeiro, sabia?
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