Sem eira nem beira…
Assim sentia-se, pois assim sempre fôra, realmente. Corria feito criança, mergulhava em sonhos de grama, lama, mato e barro e limo. Não se perdia em lugar algum, pois tudo era quintal no mundo atrás da casa, do prédio, da vida. Ah, sim, ele trazia muita vida atrás.
A eira, que não via da beira, pouco importava. Só impulso tomava e à lâmina deslizava. Debatendo braços e pernas, nadava. Nenhuma preocupação, fosse as pedras à frente, fosse a perda do calção. Simplesmente era, cheio de sorrisos raros e inocência sincera, das que doem quando se abre a boca.
Não haviam saltos. Ele se jogava no chão e errava, pra voar. Simplesmente se destraía demais, pra ver-se ir de encontro a algo tão sólido.
Era grandioso… e é, na verdade. Mas assim, diminuto, aproveita melhor o espaço que resta, então não faz questão de ser grande, pra poder descobrir cada fresta, rindo besta. Espera… mas não espera parado porque no fundo acha chato.
Não era nada e é tudo, ainda que por vezes mudo. Ainda que pareça supérfluo. Se alimenta de tolices, porque são doces.
Espera… mas não muito, porque desperta quando quer.
É criança, é besteira, é bufão… me rasga o peito.
“I´m wearing my heart, like a clown.”
+Howl and Calcifer+, de ~Orenji-kun no deviantART.