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sábado, 11 de julho de 2009

Saldo. *no extrato da vida*

Só sei quem sou por todos os pedaços que deixei pra trás. Quem fui, quem me foi e quem deixei de ser, no tempo. Sou esse sabor das ondas, percorrendo minhas próprias células perdidas, cada grão de areia, sob a pretensão de cobrir o continente.

Desisti, portanto, de me entender. Percebi que no instante seguinte eu já terei mudado, então de que vale? Não é uma resignação, mas uma epifania. Sou cada um desses átomos inquietos que ousam se transformar nestas palavras. Essa ilusão na sua tela.

Essa manhã jogava xadrez com o tempo e ele ganhou. Foi a primeira vez em muito. E assim, feito criança birrenta, ele finalmente aceitou fazer as pazes... Pra em seguida roubar meu rei do tabuleiro e sair correndo, gritando que tinha ganhado. E sorri... Porque eu faria o mesmo. Nunca cresci, realmente.

8 comentários:

Anônimo disse...

Essa do xadrez me lembrou meu irmão que, quando estava prestes a receber o xeque-mate, derrubava todas as peças do tabuleiro e ia chorar no banheiro. :))

Mas a parte mais legal da vida é saber que sempre somos diferentes a cada segundo. Se bem que detestei ver um fio branco na minha sobrancelha...

beijocas

Sisa disse...

Acho que de todos seus textos que já li até hj (e vc sabe que faz tempo que te acompanho), esse foi o mais charmoso. As palavras ficaram mesmo gostosas e no final ficou no cantinho da minha boca um sorriso, que podia dizer muito mas só disse "gostei".

Beijos =)

Tyr Quentalë disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Tyr Quentalë disse...

Muitas vezes os pedaços que deixamos para trás, continuam sendo os mesmos pedaços que nos formam e que nos tornam aquilo que somos hoje em dia. Um mundo complexo que não se forma, mas que muda constantemente mantendo apenas alguns pontos fixos das eternas partidas, caminhos e tantas coisas mais que postam-se em nossa vida. A resignação no entanto, só cabe àqueles que desistiram de batalhar, que desistiram de ver o horizonte sob diversos prismas e se este fosse o seu caso, meu caro bardo, esta que vos fala, preferiria tornar-se névoa e dissipar-se com o tempo, pois não mais reconheceria o guerreiro que batalha e que às vezes, sabiamente espera uma melhor estratégia.

bete disse...

essa parte sua que não cresceu é uma das mais adoravéis!
e esses pedaços de tudo que somos, do que fomos..e que faz a gente sr quem é hj, e gostar de quem somos é bom.
bj. saudade.lv.

Sueli Maia (Mai) disse...

Opa!
Então agora que desististe de te entender, rotular, parametrizar, coisificar, padronizar, pasteurizar, definir, encaixotar, normatizar, AGORA SIM,
saberás quem és.

Belo texto, Rei e ah! É claro que eu adoro este olhão verdão.

Beijos,
Mai

Sueli Maia (Mai) disse...

Agora falar do OLHÃO, é um danado de um olho híbrido e transgênico né não?
Aff. Tua musa deve ficar perdida olhando ou se vendo nesse olhão verdesmel...
haha

Outro beijo. desta vez à ambos, tu e ela.

Anônimo disse...

MAMA:
Acho que todos podemos (e talvez devamos) jogar contra o nosso passado. Só por diversão e em parte por análise. *rs*

SISA:
Fico muito feliz, caríssima, pois o escrevi pensando em muito do que me tem voado à mente, recentemente.

TYR:
Nunca há pq resignar-se a si. Mas é divertido, por vezes, deixar o tempo ganhar.

IARA:
Acho que tenho é sorte de gostar dessa coisa que me tornei. *rs*

MAI:
Caríssima, tem tanta coisa que eu ainda posso desistir. Mas teimosia tá no gene, acho. :-D