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sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Ânima *pulsando até os sonhos*

Sem eira nem beira…

Assim sentia-se, pois assim sempre fôra, realmente. Corria feito criança, mergulhava em sonhos de grama, lama, mato e barro e limo. Não se perdia em lugar algum, pois tudo era quintal no mundo atrás da casa, do prédio, da vida. Ah, sim, ele trazia muita vida atrás.

A eira, que não via da beira, pouco importava. Só impulso tomava e à lâmina deslizava. Debatendo braços e pernas, nadava. Nenhuma preocupação, fosse as pedras à frente, fosse a perda do calção. Simplesmente era, cheio de sorrisos raros e inocência sincera, das que doem quando se abre a boca.

Não haviam saltos. Ele se jogava no chão e errava, pra voar. Simplesmente se destraía demais, pra ver-se ir de encontro a algo tão sólido.

Era grandioso… e é, na verdade. Mas assim, diminuto, aproveita melhor o espaço que resta, então não faz questão de ser grande, pra poder descobrir cada fresta, rindo besta. Espera… mas não espera parado porque no fundo acha chato.

Não era nada e é tudo, ainda que por vezes mudo. Ainda que pareça supérfluo. Se alimenta de tolices, porque são doces.

Espera… mas não muito, porque desperta quando quer.

É criança, é besteira, é bufão… me rasga o peito.

I´m wearing my heart, like a clown.

  
+Howl and Calcifer+, de ~Orenji-kun no deviantART.

6 comentários:

Anônimo disse...

Este texto lembrou-me uma vez em que fui a Santa Rita do Sapucaí e, passando sobre a ponte do rio, um bando de meninos pendurados em cordas saltavam para o rio. Depois nadavam novamente até à margem, agarravam-se nas cordas e se lançavam novamente naquele rio cor de barro.
Claro que fotografei! :) Era o único jeito de roubar um pouco daquela alegria tão genuína, levar comigo e, de certa forma, eternizá-la.

beijocas, nino!!!

Tyr Quentalë disse...

O Ser tudo, tornando o nada em tudo também, o nunca parar, o viver, o curtir. A criança presente, ausente, marcante e novamente presente, na eterna brincadeira de brincar. A liberdade, a insanidade os risos do jamais despertar.
Ao contrário "deste Rufião"

Sueli Maia (Mai) disse...

Oi, Rei!

E, sem lenço nem documento, sem eira nem beira eu beiro, na beira dos precipícios e uso as vestes da minha pele e levo nas mãos e no peito, o meu coração. Pulsando como um coração, bombeando como um coração lá vou...
Esse texto é um ecocardiograma.

Beijos,

Fabio Fernandes disse...

É nessa época que se é feliz e ninguém te diz.

Abraço.

Leticia disse...

É uma delícia esse post amor ... de uma liberdade ímpar.

E o Calcifer , fofo!

Anônimo disse...

MAMA:
E quem somos? Quem nos tornaremos, se não pararmos de vez em quando pra roubar um pouco da alegria do mundo?

TYR:
Despertar pra quê, não é mesmo?

MAI:
Meu cardiologista ficaria orgulhoso, talvez? *rs* Beijos, caríssima, sempre.

FABIO:
Dizem sim... a gente que não quer ouvir.

AMADA:
Achei que o Calcifer falaria bem, com essas palavras.