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segunda-feira, 10 de novembro de 2008

63g *vozes difusas*

Turbilhão...

A mente perdida entre tantas coisas, tantos momentos e sensações em que o corpo mergulhava, onde parecia que até a pele deixara de ser limite. Por vezes, eu certamente não era eu, ali. Mente levitando em asas, indo olhar tudo de fora, como se num sonho. Me perdia de mil formas, apenas para me reencontrar no instante seguinte, sentindo a volta para atrás de meus olhos.

Entendi pela primeira vez a expressão "corpos celestes", quando notei que tudo ali estava leve demais, flutuando, como se a cada momento o ponto de referência, cerne da relatividade, pudesse mudar ou transformar-se. Se nada há que una a matéria e essa exista apenas das relações entre forças, então naquele lugar haviam átomos grandiosos, acelerados, colidindo pelo espaço fechado.

E na conectividade que faz a matéria, éramos plenos de vazio. Existindo por pouco. E se a alma realmente pesa 21 gramas, ela não voa, mais leve que o ar. Era ali, estava todo o peso do trazer e viver de lembranças, dores, prazeres... todo o peso de um êxtase incessante, da vida que foge a essa medida tão simplória.

Mas no brilho dos meus elétrons, viu-se algo mais... tolo eu, não fechei os olhos.

 
Maelstrom, de ~ZephyrAnalea no deviantART.

11 comentários:

Tyr Quentalë disse...

Muitas vezes a mente se perde em tantas coisas e tantos pensamentos, que quando vemos estamos a flutuar. Não o corpo, mas a mente e o espírito, nos deixando levar nesses passeios que podemos observar tanto mais.
Vemos a grandiosidade das coisas que nos cercam, a beleza ali existente, as linhas tecidas com cuidado e malicia. Vemos que não somos mais leves que o ar e isso torna-se uma carícia que nos faz sorrir e sonhar, sentir dores e chorar, lembrar e não lembrar, mas somos a essência, a explosão, o brilho que pode cegar e ser cegado por outras explosões de elétrons que se encontram tão próximas de nós.
Feche seus olhos e deixe que eu te guie por estes novos caminhos. Pois este anjo jamais deixará de zelar por ti.

bete disse...

Ah! Bendito o momento em que me revelaste
O amor com teu pecado e a vida com teu crime!
Porque livre de Deus, redimido e sublime
Homem fico, na terra, à luz dos olhos teus
-Terra, melhor que céu! Homem, melhor que Deus!

bj

Nanda Nascimento disse...

Que delícia se sentir assim, a ponto de ultrapassar os limites da pele e de todo o resto.

Suas palavras transcendem todo entendimento do sentir.

Beijos e flores para você!

Flávia disse...

Cara, vc tá escrevendo EXTREMAMENTE bem. Esse texto ficou tão fluido, e e leve e palatável... que em algum
ns trechos dele, literalmente, me senti mais leve que o ar.

Beijos, moço!

Poisongirl disse...

Meu caro , esses momentos nos dão a certeza que existe nosso próprio universo e ele conspira à nosso favor.

Portanto abramos os sentidos ...

Anônimo disse...

TYR:
Muito perigo, cegar-se por essas explosões de elétrons, deixar-se fazer parte de tamanhas e tão intensas colisões. Mas ao mesmo tempo, é jogar-se no abismo que te olha de volta. E descobrir o que o olhar dele esconde.

IARA:
Caríssima, esse poema é definitivamente belo e não consigo deixar de apreciar forma mais intensa de vir contribuir, realmente. Agradeço sempre sua amizade, sabe disso.

NANDA:
"Suas palavras transcendem todo entendimento do sentir"... nossa! Não me imagino digno de tamanha declaração, tão bela e tão lisonjeira. E sim, a pele deixa de ser fronteira para mergulharmos no outro. É delicioso.

FLAVIA:
Te causar qualquer reação, qualquer sensação, é em si mais uma bela recompensa, por esse texto. Mais leve q o ar... pairando, como em sonhos.

POISONGIRL:
Sim, podemos sempre fazer desse microcosmo o lugar onde nossos planos sejam infalíveis, onde nossos momentos sejam os sonhados... e ao mesmo tempo, deixar vazar dele para o mundo do óbvio a beleza dessa realização. Abramos os sentidos, nessa aceitação da folia de elétrons.

Anônimo disse...

A transcendência de três se unirem em um só, ultrapassa qualquer descrição do entendimento. Na meditação se pode alcançar qualquer lugar, embora entender que podemos nos tornar corpos celestes e abdicar de todas as sensações corporais é árdua tarefa que, depois de feita, deixa marcas em nossas almas e, depois, lembranças.

Sisa disse...

Adoro o que vc escreve. Mas admito que quando se fala de átomo, elétron, força, colisão... Isso me remete a trabalho e minha sensibilidade vai pro ralo! Então sorry por não fazer um comentário charmoso, mas quis registrar que estive aqui! Beijinho!

Laurita Danjo disse...

Menino onde vc conseguiu desse pra fumar???
Poxa, só assim pra ter tanta criatividade. Átomo, elétron, coisa e tal...
Adorei essa forma leve de viver.
Parabéns!!! Posso mudar quando pra esse mundo??hehehe
Bjuxxxxxx

Lyn Monroe disse...

Absolutamente fantastico esse texto? q mais posso eu dizer na minha ignorancia? fora q gostei muito? rs e invejo ( no bom sentido! rs) o dom q vc tem p escrever!
alias, vc esteve bem produtivo nas minhas férias, mas eu ainda to preguicosa! rs li tudo, mas so vim dar o ar da graca nesse, ta?
beijo gde p vc!

Anônimo disse...

FABIO:
E essas marcas e lembranças parecem se tornar parte de nós, tomam nossos pensamentos e vão muito além de quaisquer intenções. São momentos que ganham vida própria.

SISA:
Mal te jogar de volta pro trabalho, mas esse é um daqueles textos q é muito mais pulsado do q escrito. Ele surgiu assim, da mente. Bom q ao menos tenha gostado, pouco q seja. ;-)

D'ANGELO:
Esse mundo está aberto para todos aqueles q por um ínfimo momento se permitem jogar na corrente, fluir pela vida, por instantes que sejam, e simplesmente existirem, para além de pré-conceitos e julgamentos. Mas aviso. Ele é diferente para cada ser q o vivencia.

LYN:
Delicioso, q vc tenha gostado. Uma pena suas férias findarem, mas senão não seriam férias, né? Seria desemprego, e aí é ruim. *rs* Mil beijos e adorando agradá-la, sempre. ;-)