E eu me deixo derrubar. O golpe era forte demais e a ele ergui o peito. Quebraria-me os braços, se fizesse diferente. O ser berrava e grunhia, como se fosse aquele acerto a derradeira vitória. Falhara em perceber meu olhar e por onde desviava-se. Os olhos sempre dizem para onde a lâmina vai. O impacto ao chão é dolorido, mas em nada prejudica o gosto do sangue que agora jorra das entranhas da Besta. Não, nem minhas asas imponentes puderam deter aquela queda. E ali, estatelado ao chão, sinto a chuva escarlate, que em nada me esfria o corpo. O ser gigantesco tomba, não na dor q me toma as omoplatas, mas no frígido silêncio da morte.
Sorrio. Manchado e úmido daquela vitória, sem ousar ainda me levantar. Não busco forças para mais do que trazer a espada para junto do corpo. A lâmina agora fria tocando a pele sobre o abdômen, me ajudando a conter a temperatura. Respiro fundo, sinto o tórax doer e a força de uma tosse seca tomar-me os pulmões. Mas ainda sorrio, na certeza de q eu me levantarei. Meus inimigos não.
À outra mão, fechada, ainda repousa a minha alma, sangrando... mas forte. Calejando-se do mundo, cicatrizando o tempo.
7 comentários:
Eis que o Rei vence seus inimigos mais uma vez.
Que nem mesmo os mais árduos ferimentos o manterão caído.
Eis que o Rei que tão belo em sua alma, tão cheia de feridas, cortes e dos mais duros golpes, mantém sua luminescência, deixando que tais ferimentos se cicatrizem.
Eis que meus olhos se mantém presos ao Rei e com um breve meneio de minha cabeça, mostro meu orgulho ao vê-lo uma vez mais vivo...
Vitorioso...
Único...
às vezes é preciso cair até o fundo do poço pra então poder se levantar.
e a cada nova marca, novas experiências que nos deixam, apesar de tudo, melhores e mais sábios que antes, não importa o quanto dolorido foi. resurgiremos sempre melhores.
bjs
A gente luta, sofre, perde sangue e parte de nós, mas amnha, lutaremos de novo, sem nunca desistir. Não podemos e não queremos isso.
Beijos, Troll
TYR:
Batalha alguma poderá minar essa força, destruir essa vontade. Tudo sempre cederá à vontade e à fúria, ao caos do Rei.
IARA:
As marcas ficam como as lembranças de q nem tudo é perfeito e nada é infinito, realmente.
TAYNAR:
Desistir jamais foi opção. E a vitória às vezes pode residir ela mesma atrás de muita dor. Mas não importa.
A deliciosa sensação de ter lutado até o fim , a entrega total e o objetivo atingido.
A rendenção só pode advir de uma queda...
POISON:
Espero q não tenha se importado, caríssima, mas não apenas concordei como afeiçoei-me tanto a essa sua última frase q a joguei na pedra. *rs*
ola, gostaria de colocar esse texto em meu livro, caso tenha alguma objeção, pode entrar em contato comigo. tonycgr@hotmail.com
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